Sunday, December 25, 2005

Mensagem de Ano Novo

Meus Prezados Amigos, Alunos e Colegas,
Primeiramente quero agradecer as inúmeras mensagens de Natal e de apreço que, nesse final de ano, tenho recebido pessoalmente, por telefone, epístolas convencionais e por e-mail. Foram acolhidas com a reconfortante sensação de que nosso trabalho e convivência construíram algo de muito positivo. A maioria delas, entretanto, não pude responder em tempo razoável, motivo por que, ainda oportuno, espero, dirijo-me a todos agora, nesta última semana do ano.
O que desejar aos meus alunos e companheiros de viagem acadêmica? A reflexão cincunvolveu o olhar e escolheu afinal um tradicional trinômio de desideratos: Saúde, Sucesso e Amor. Porém, duas preocupações me assaltaram a mente, logo de início. A primeira diz respeito à falta de ineditismo. Ora, mais uma vez os velhos votos em época de coisas novas?! – novo ano, novos planos, nova vida...velha imaginação. Não se dará nunca lugar aos anseios humanos que até agora tem sido relegados ao second cast? E por quê, em meio a um mar de possíveis desejos, esses, e não outros, emergiram salientes? Afinal outras combinações são possíveis: Dinheiro, Esperança e Saúde; Sorte, Felicidade e Dinheiro; Amor, Dinheiro e, bom...se você tem um Amor, vai precisar de mais Dinheiro! O Dinheiro é, aliás, um objeto dos mais ardentes desejos. Tomo-o, entretanto, como conseqüência do Sucesso. Sendo assim, desejo antes este para que vos traga aquele (ou estaria eu empurrando-vos a Sorte, sumariamente). Por fim, para calar a inquietude, preferi entender que a fórmula dos três desejos não é um clichê, mas uma senda lentamente aberta em mata cerrada. O melhor mesmo é segui-la.
Minha segunda preocupação foi com a Paz, sem dúvida, tradicionalíssima presença nos votos de Ano Novo. Troquei-a pelo Sucesso. Explico: a Paz representa a manutenção de uma situação de equilíbrio, normalmente sustentada pela preponderância de alguns poucos. Ora, muitos de vocês estão na Universidade, e todos a quem me dirijo buscam seu crescimento pessoal e profissional. Isso só vem com muita batalha, muito suor. Almejar a Paz a essa altura ganha um ar lúgubre (não direi, dessa forma, “estejam em Paz no ano de 2006”). Retiro-a assim da trilogia de meus principais desejos para o ano vindouro. Sei que aqueles de raciocínio binário logo acusarão...se não quer a Paz...quer a Guerra. A esses eu desejo uma só coisa: Discernimento!...e para mim...Paciência!
Tendo falado às beiradas do Sucesso, comento o Amor. Evidentemente que não me refiro às “ficadas” do ano (embora, de toda a forma, não pudesse dizer, sob pena de ser mal compreendido, “fique muito no ano de 2006”[!?!?]). O Amor aqui tem uma acepção fraternal – fazendo-me redimir pela ausência da Paz (e dando sossego aos espíritos bidimensionais). O amor esponsal, o amor familial, o amor filial, o amor entre amigos. O amor é tema riquíssimo que se abre a veredas várias, de destinos alguns explorados, alguns ignotos. Um desses caminhos, parece-me, levam-nos à seara da ética, valor idolatrado como essencial para uma saudável vida em sociedade. O individualismo consumista dos nossos tempos tem, contudo, desfechado duros golpes contra a ética. Assim, diriam alguns, ser ético pode representar um sinal de fraqueza em face daqueles que não a têm. Considero justamente o contrário. A ética reúne aliados e admiradores, além de forjar-nos um espírito mais robusto. É uma importante forma de manifestação de amor e respeito ao próximo. E é certo que desejo isso a vocês.
Quanto à Saúde...não comentarei o óbvio: é melhor tê-la (e cuidar dela com carinho). Como, porém, alguns fatores, nesse caso, nos escapam à vontade, é preciso ter também Sorte. Os dois desejos vêm, assim, de alguma forma, acoplados.

Saúde, Sucesso e Amor! Eis aí meus votos para 2006, já excessivamente explanados.

O próximo ano tem significado especial para os meus alunos formandos do Curso de Relações Internacionais e de Direito. E sendo especial para vocês, saibam, o é para mim também, como um de seus preceptores. Digo a vocês o seguinte: tenham confiança na sua formação e capacidade! Vocês são bons! Mas antes, o que quero mesmo é que usufruam dessas merecidas férias de verão, o que me faz acrescentar um quarto e último desejo: Em 2006...Muito filtro solar para todos!

Abraços,

Rickson

3 Comments:

Blogger Maila-Kaarina said...

Bom...
Desejo o mesmo! Concordo com tudo!
Que retorica admiravel! Discurso belo! E visivelmente sincero.
Tudo de bom! Ja recebestes minha mensagem entao tudo esta certo.
Eu so nao preciso do filtro solar...rsrsrsrs

Beijo, Rickson!

8:41 PM  
Anonymous Anonymous said...

Não vai atualizar mais o blog não????? Bjs Carlinha.

10:13 PM  
Anonymous Anonymous said...

Meu amigo e mestre Rickson, navegando pelo orkut, encontrei este seu "diário digital" com uma mensagem que reflete um pouco de sua essência. Digo isto, por sentir tanto em sua presença, quanto ao ler este texto a serenidade e sabedoria que lhe são tão marcantes.

Eu e a Ana Paula estamos aproveitando as férias e, para manter nossa pele como ela diz "morena maisena", vamos à praia somente após as 18:00! :)
Neste momento de descanso espero que o senhor também esteja aproveitando o merecido recesso.

Comecei a leitura de "As veias abertas da América Latina" daquele escritor e poeta uruguaio que já lhe falei, Eduardo Galeano. Lendo este livro, muitas vezes me recordo do senhor e daqueles textos de DH sobre os EUA que me aconselhou ler. Ele aborda a histórica exploração dos povos latino-americanos que permanece até os tempos hodiernos.

Chega de tomar seu tempo!
Foi muito bom "revê-lo" ainda que virtualmente, boas férias e um forte abraço!

1:35 AM  

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