Mãe infiel, cria saudável

Hoje foi publicado no Jornal do Brasil que, segundo pesquisa realizada na Austrália, a prole de fêmeas promíscuas tem mais chances de sobrevivência. A pesquisa não revela, porém, as chances de sobrevivência das fêmeas promíscuas...

Veja na íntegra:

Sidney, Austrália. Para aumentar as chances de dar à luz filhotes saudáveis, a infidelidade acaba de ser consagrada como um meio eficaz. Estudo da Universidade Nacional da Austrália comprova, pela primeira vez, que sexo freqüente com múltiplos parceiros aumenta a taxa de sobrevivência da prole. Valeria para as mulheres, não estivessem tão ligadas a valores emocionais. As humanas, destaca a líder da pesquisa, Dana Fisher, "querem mais que genes, desejam carinho e apoio".
A revelação surgiu depois de dois anos de acompanhamento da vida sexual de pequenos marsupiais carnívoros australianos. Os pesquisadores observaram os hábitos do Antechinus stuartii, espécie próxima do diabo da Tasmânia encontrada nas florestas do Sudeste da Austrália.
Diana explicou que há muitas teorias para explicar o motivo de algumas fêmeas terem múltiplos parceiros sexuais.
- Uma das hipóteses é trocar sexo por alimento e proteção.
As fêmeas conseguem os melhores pais para seus filhos ao acasalarem com muitos machos, permitindo que os espermatozóides disputem no interior de seu organismo.
- O teste de paternidade mostrou que os espermatozóides de alguns machos são mais bem sucedidos que o de outros, e os bebês gerados têm duas vezes mais chances de sobreviver - explica Diana.
Os cientistas compararam dois grupos de marsupiais: em um, era permitido às fêmeas ter muitos parceiros e, no outro, só um.
- O resultado mostrou que a sobrevivência dos bebês de mães promíscuas era três vezes mais elevada que a do grupo monogâmico - observa Diana.
Apesar das vantagens do amor livre, os machos desta espécie costumam morrer depois da curta. mas intensa, estação de acasalamento, devido à exaustão e à agressividade com outros machos.
- Os machos acasalam muitas vezes e se alimentam muito pouco, o que tem como resultado o colapso de seu sistema imunológico, hemorragia interna, proliferação de parasitas, infecções até à morte - conclui Diana.
A cientista acredita que o mesmo comportamento pode ser observado em quase todos os mamíferos. Diana observa ainda que apenas 5% dos animais praticam a monogamia.
A pesquisa foi publicada na edição desta semana da revista científica Nature.

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