Thursday, August 24, 2006

Exame da Ordem

Meus Queridos,
Todos sabem o quão extensas são as matérias de Direito Internacional Público e de Direito Internacional Privado, constituindo-se essa qualidade na maior dificuldade de ambas as disciplinas. A todo o tempo é preciso fazer escolhas sobre que tópicos que devem ser enfatizados. No último domingo ocorreu a aplicação da prova de primeira fase da OAB. Dentre as 100 questões, dez eram de Direito Internacional. E, embora o conteúdo das disciplinas supra referidas não se defina pelo que é usualmente exigido nas provas da entidade, não se pode desprezar a realidade dos alunos de Direito, que objetivam conquistar logo o direito ao exercício da advocacia. Dessa forma, procuro, sempre que possível, destacar aquilo que me parece mais adequado na preparação para o exame da Ordem. Ainda não havia visto a última prova, quando recebi algumas manifestações de alunos sobre o fato de que os assuntos de todas as questões cobradas foram enfatizados em sala de aula. Assim que tive oportunidade, verifiquei a prova no site da OAB e, realmente, para minha surpresa, todos os temas abordados foram objeto de debate e até...hehe...alguns vão se lembrar...foram cobrados em minhas provas, por questões muito parecidas com as do exame! Isso me deixou bastante satisfeito! Eu devia estar inspirado!...
Espero que tenham tido sucesso nessa primeira etapa!
De toda a forma, sejam perseverantes!
Abraços a todos!

Wednesday, August 23, 2006

Panda


Beleza, formosura e charme não é o que lhe falta.
Talvez um pouco de atenção para perceber que, em seus devaneios,
acaba por abraçar um seco e frio tronco de árvore.

Tuesday, August 22, 2006

Paulinho da Viola

Olá,
Minha querida amiga Alice deixou comigo um DVD com mais de mil músicas brasileiras. Sensacional! Encontrei ali algumas músicas que há muito não ouvia. Contudo não pude deixar de relembrar particularmente as lindas canções do Paulinho da Viola. Letras e arranjos belíssimos. Abaixo reproduzo as poesias de três dentre as que mais gosto.
As cifras (para aqueles que queiram pegar a viola e soltar a voz) podem ser facilmente encontradas na Internet, no site http://www.cifras.com.br/ . Abraços a todos!



Dança da Solidão

Solidão é lava que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo
Solidão palavra cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão
Desilusão, desilusão
Danço eu dança você
Na dança da solidão
Camélia ficou viúva, Joana se apaixonou
Maria tentou a morte, por causa do seu amor
Meu pai sempre me dizia, meu filho tome cuidado
Quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado
Desilusão, desilusão
Danço eu dança você
Na dança da solidão
Quando vem a madrugada, meu pensamento vagueia
Corro os dedos na viola, contemplando a lua cheia
Apesar de tudo existe, uma fonte de água pura
Quem beber daquela água, não terá mais amargura


Nervos de Aço

Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
Ter loucura por uma mulher
E depois encontrar esse amor, meu senhor
Nos braços de um outro qualquer
Você sabe o que é ter um amor, meu senhor
E por ele quase morrer
E depois encontrá-lo em um braço
Que nem um pedaço do seu pode ser
Há pessoas de nervos de aço
Sem sangue nas veias e sem coração
Mas não sei se passando o que eu passo
Talvez não lhes venha qualquer reação
Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, despeito, amizade ou horror
Eu só sei é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor



Mente ao meu coração

Mente ao meu coração
Que cansado de sofrer
Só deseja adormecer
Na palma da tua mão
Conta ao meu coração
Estória das crianças
Para que ele reviva
As velhas esperanças
Mente ao meu coração
Mentiras cor-de-rosa
Que as mentiras de amor
Não deixam cicatrizes
E tu és a mentira mais gostosa
De todas as mentiras que tu dizes

Monday, August 21, 2006

Queridos Leitores

Queridos Leitores,
Já não publico há alguns dias, mas o farei em breve (hoje ou amanhã).
Há muito o que comentar!
Abraços a todos!

Wednesday, August 16, 2006

Homenagens, ANPUH e Aniversário da Paolinha


¡Hola!
Hoje foi um dia cheio!...de coisas boas!
Primeiramente, gostaria de compartilhar com você, leitor, uma grande satisfação! É que todos os anos, sou homenageado na formatura de alguma das turmas para quem lecionei no Curso de Direito ou no de Relações Internacionais. Pela primeira vez serei homenageado por todas (!!!) que vão ter algum tipo de cerimônia de colação de grau e vão se formar esse semestre! Como patrono, paraninfo ou homenageado! Isso me deixou de tal forma feliz, que não poderia deixar de registrar aqui no blog. Hoje recebi a visita do Demétrio, da Danielle e da Sabrina, membros da comissão de formatura de três turmas do Curso de Direito, que formalizaram o convite (foto).
Ao refletir sobre todas essas manifestações de carinho dos estudantes, ainda assim, fiquei um pouco surpreso. Não me parece que Direito Internacional seja a matéria predileta de meus alunos, em particular os de Direito, que logo se encantam com os ramos mais populares (Penal, Civil, Empresarial, Trabalho etc). Aliás, de um modo geral, DIP e DIPriv são consideradas disciplinas algo complicadinhas e muito cheias de informações. Então atribuo esses convites ao fato de que, apesar de tudo, alcanço meu objetivo de ser um facilitador na compreensão dos dados sobre os quais temos que nos debruçar. É muito bacana ver um trabalho dando resultados!
Sinto-me lisonjeado pelos convites que me foram feitos e agradeço antecipadamente a todos!
Amanhã, à noite, já estarei presente no Clube da Aeronáutica para prestigiar meus alunos formandos que encerraram as disciplinas do curso de Direito no semestre passado.
À tarde fui à Universidade Federal Fluminense, onde está acontecendo o encontro regional da ANPUH. Visitei alguns grupos de trabalho, principalmente os de História Econômica e de História do Direito. Lá encontrei meu colega e amigo, Edson Alvisi (foto), doutorando em História pela UFF, que apresentara seu interessantíssimo trabalho sobre o Tribunal de Comércio. Parabéns Edson!
Finalmente, não posso deixar de registrar o aniversário de uma aluna muito querida, Paola (foto), que também está finalizando o curso de Direito. Felicidades! Não tenho dúvida de que terá muito sucesso em seu futuro! Um beijo!
Abraços a todos!

Tuesday, August 15, 2006

Noite Árabe II


بنت خاصّة جدّا شغمش


Há alguns (vários) anos, houve no Rio de Janeiro um inesquecível espetáculo: a encenação da Comédia de Dante, por um corpo de atores e bailarinos, tendo como espaço físico o prédio do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. O público ia caminhando desde os porões do prédio, em que os atores encenavam os tormentos característicos dos círculos do Inferno, passava a observar as penosas torturas do Purgatório, até chegar aos salões mais nobres, que representavam o Paraíso, por onde se enfileiravam bailarinas ao som de belíssimas composições eruditas. Foi, para mim, a montagem mais impressionante da obra de Dante Alighieri.
Introduzi o texto dessa forma, caro leitor, para que compreenda a experiência por que passei recentemente. Estava eu preso no trânsito da Rua São Clemente, em Botafogo – graças a uma das já tradicionais obras-de-véspera-de-eleição do nosso atual prefeito – que, se fosse conhecido de Dante, representaria, sem dúvida alguma, um dos tormentosos círculos do inferno (refiro-me ao trânsito, não ao prefeito...peraí...não, é isso mesmo!).
Quando cheguei próximo ao meu destino, iniciei a procura por uma vaga, o que, como se sabe, é um purgatório!!! Dante descreveu o purgatório também como dividido em círculos...lembro-me de ter feito vários em torno da quadra até encontrar um lugar onde pudesse estacionar.
Pronto! Cheguei ao meu destino. Cumpri meu compromisso. Nesse momento ainda não sabia que o paraíso me esperava. Uma querida amiga, Tati, muito gentilmente, convidou-me para um show de dança árabe, que aconteceria a poucas quadras de onde me encontrava. A espera seria pequena. Aceitei prontamente o convite, pois meu primeiro contato com essa expressão artística, aliás proporcionado pela própria Tati (Ayla), foi dos mais surpreendentes e encantadores (tudo relatado, caro leitor, em post intitulado “Noite Árabe”, que pode ser encontrado nos arquivos do blog).
Cheguei ao lugar marcado: uma escola de dança chamada Asmahan. Foi Ayla quem me recebeu e me conduziu a um salão, que estava a meia luz. Lá já se encontravam algumas pessoas, sentadas em confortáveis almofadas dispostas junto às paredes. Leves cortinas brancas cobriam as janelas e a entrada principal do salão. As pessoas conversavam em tom baixo e havia um clima de expectativa.
A espera durou pouco. Adentra a sala Jhade, uma mulher belíssima e de muita presença, responsável pela casa, para explicar-nos o que se desvelaria a seguir. De minha parte, estava entretido com as palavras decididas da apresentadora, que, em seguida, deixa o salão. A música inicia um fraseado dançante com as variações tonais de comas quase imperceptíveis aos ouvidos ocidentais. Lembro-me de que comecei a refletir se não seriam essas escalas executadas dentro de um espaço semi-tonal as responsáveis pelo entorpecimento dos sentidos dos expectadores. Esses pensamentos não duraram mais que dois segundos, quando entrou a primeira dançarina, Serena. Usava um vestido negro, cravejado de brilhos em desenhos ondulados. Em meio às suaves brumas que preenchiam o ambiente, Serena dava-nos a sensação de que uma nuvem de cristais se compunha e se recompunha nas formas quase etéreas da própria bailarina.
O show, conforme nos explicara Jhade, seria caracterizado por performances executadas em fundo musical tradicional árabe e em músicas modernas.
Assim os expectadores tiveram a possibilidade de testemunhar como seria o bailado oriental de músicas como “Material Girl”, de Madonna, aliás, lindamente executado por Noahri - uma dançarina de simpatia ímpar - em um hibridismo bem temperado. Quando da execução de sua performance de música tradicional, Noahri proporcionou um dos pontos altos do show, controlando, de forma quase inacreditável, um véu, que preenchia o espaço em espirais psicodélicas como se tivesse vida.
A essa altura o leitor poderá se perguntar o que eu havia bebido antes do show. Juro que nada mais que um café. Não posso negar, entretanto, que me sentia inebriado ante tamanha estesia.
Como se não bastasse a beleza das apresentações, iniciou-se o que Ayla, que estava ao meu lado – e isso me lembra que o poeta Virgílio acompanhava Dante em sua viagem pelo Paraíso, explicando-lhe o que se passava -, disse tratar-se da dança com punhais. Duas bailarinas, Shazadi e Nailah, desafiavam-se portando punhais ornamentados com desenhos e pedras. Tinham expressões graves. A platéia, envolvida em suspense, via, tensa, o desembainhar das armas cortantes, que reluziam as cores do ambiente. O bailado parecia milimétrico. A música, que lembrava o Bolero de Ravel em variações arábicas, rivalizava com o tilintar de dezenas de moedas que adornavam o vestido de uma das dançarinas. Tudo enfatizava o caráter dramático da dança. Uma performance absolutamente arrebatadora!
O grand finale aproximava-se. E ficou a cargo de Amanda Alexandre, uma dançarina de impressionante agilidade...seus pés mal tocavam o chão. Amanda tem um absoluto controle de palco e de público. E seus pedidos tornavam-se, em verdade, comandos para a platéia. Gesticulava palmas e já estávamos todos acompanhando os ritmos das batidas musicais. Dançava com um bastão que girava como se fosse uma extensão de seu corpo. Até que, em dado momento, passou a convidar, de forma quase irresistível, alguns expectadores para acompanhar-lhe os movimentos. Só posso lhe dizer isso, prezado leitor, não tive como negar o pedido quando Amanda apontou-me o bastão e sorriu. Quando dei por mim, estava em meio ao que chamam de said, ligado, barriga a barriga, pelo bastão, à dançarina. Ensaiava movimentos duros, tentando acompanhá-la...e ela bem compreendeu que minha (pouca) flexibilidade não me permitiria ir além daquele jeito desengonçado de marionete. Sorriu complacente e ergueu a mão para cumprimentar-me.
Ao final, Amanda chamou todos para dançar, convite prontamente aceito por minha amiga Ayla, que mais uma vez agraciou-me com a oportunidade de assistir-lhe os delicados movimentos.
Essa segunda noite árabe foi, em todos os sentidos, estupenda! E em nada deixa a dever ao Paraíso de Dante!
Abraços a todos!

Monday, August 14, 2006

Enamorado

Escrevi esse poema há uns cinco anos e o submeti a um concurso de poesia. O resultado pareceu-me decepcionante à época: 19º lugar, em 20 que seriam premiadas. Imaginava que não haveria mais do que 100 poemas inscritos. Soube depois que houve 600 concorrentes. A partir daí passei a considerar uma certa condescendência dos examinadores em relação ao texto...
Abraços a todos!
Enamorado

Rickson Rios

Incauto, fui cravejado pela seta mitológica.
Achei-me amante de linda jovem;
lutei demente por minha razão;
tombei prostrado ante a paixão.
Sovado.

Um relance de seu olhar
iluminou-me adolescente.
Peito irrequieto, comprimido,
arfando o ar de seu ar.
Silente.

Minha boca, em nervosia seca,
quis beber dos lábios viçosos
o vinho rubro de seu batom,
beijar-lhe as palavras fluentes.
Sedente.

Agora, nos longes da cidade-verão,
Procuro suas linhas nas bachianas melodias;
seu cheiro, na brisa do mar noturno;
seus olhos, no brilho que escapa ao filtro
das folhas da amendoeira defronte.

E se a natureza não a repete
na perfeição que lhe compete,
encarcero sua imagem
em minha lavra poeta:
pra tê-la mais perto de mim.

P.S.: Sei que, depois de publicar poesias de Fernando Pessoa e de Guimarães Rosa, o nível caiu sensivelmente...vou tentar recuperá-lo em breve! Abraços!

Saturday, August 12, 2006

Aos meus queridos leitores

Oi,
Há duas semanas, a Revista Época publicou uma reportagem de capa sobre o fenômeno dos blogs. Estamos vivenciando uma segunda geração da internet pela intensificação dos dados disponibilizados por usuários da rede, principalmente por meio dos blogs. Bom, tenho tentado acompanhar (e participar) desse processo de cada vez maior amplitude comunicacional. Em outras palavras: bloguei-me! Debuto, porém, ainda tímido, nesse universo. Como professor, meu trabalho consiste em lidar com dados, interpretá-los, e produzir ainda outros a partir dos primeiros. Por isso, creio que possa ser, o blog, uma excelente ferramenta de trabalho. Além do mais, o blog pode ser um espaço de lazer e de contato com os amigos (como é o caso do presente). Entretanto assim como ocorre com os livros, blogs não lidos não cumprem sua função. É por isso que quero agradecer aos meus (poucos, mas muito importantes) leitores! E ainda um agradecimento especial à minha amiga Tati, que, complacente e generosa, ainda chega a elogiar os textos!
Um beijo Tati! Obrigado!
Abraços a todos!

Gullar

“A poesia é assim. Ela é imperiosa. Cada poema corresponde a uma necessidade dessa ou daquela pessoa. Sei de gente que se não tivesse lido o Drummond teria dado fim à vida. A pessoa encontra sua identidade ali. Essa é a força e a magia”.




Ferreira Gullar
(Trecho da entrevista concedida ao jornal “O Globo”, publicada hoje no caderno “Prosa e Verso”)

Friday, August 11, 2006

Dia do Advogado e, por conseqüência...Dia do Pendura!

No dia 11 de agosto comemora-se a criação dos primeiros cursos jurídicos no Brasil: o de São Paulo e o de Olinda, em 1827, por D. Pedro I. Daí que a data ficou conhecida como dia do advogado! Conta-se que, à época, os donos de restaurantes convidavam os acadêmicos de Direito, todo dia 11 de agosto, para brindar e comemorar a fundação dos cursos jurídicos, oferecendo-lhes a refeição e as bebidas. Tratava-se, assim, de um gentil convite, que passou, com o tempo, a ser menos freqüente. A tradição, porém, já estava constituída, de modo que os próprios acadêmicos se convidavam, agradecendo a boa vontade dos proprietários em pendurar-lhes a conta.
Assim, para que se mantenha a tradição, o pendura deve ser sempre marcado por um discurso de agradecimento pela hospitalidade e pelo generoso convite oferecido pelo estabelecimento para a comemoração do Dia do Advogado. Os estudantes não devem se esquecer do pagamento da gorjeta aos garçons. E se, apesar de tudo, o dono do estabelecimento não aceitar a brincadeira, convém ter dinheiro suficiente para o pagamento da conta para não ser enquadrado no Art. 176 do Código Penal, que prevê punição para quem tomar refeição em restaurante sem dispor de recursos.
É bom também evitar a modalidade de pendura em que o estudante abraça tudo que puder carregar e sai correndo em direção à porta. Isso não é pendura! É arrastão! Assim, o melhor é manter os cânones tradicionais, com elegância e bom humor.
Por fim, felicito os meus alunos do curso de Direito pelo Dia do Advogado (porque também é o dia dos estudantes de Direito)!
Abraços a todos!

Thursday, August 10, 2006

Acaso








Allah não joga dados.

Albert Einstein (adaptado)

Wednesday, August 09, 2006

Crianças muito pequenas devem estudar música?

Olá,
Gostaria de compartilhar com meus leitores o reconhecimento do sucesso de uma querida amiga, Tatiana Pinheiro, que foi entrevistada pelo jornalista Sidney Rezende sobre seu trabalho. Tatiana é cantora e professora de música para crianças. Realiza um trabalho lindíssimo com prazer e entusiasmo contagiantes. Animada e falante, é dessas pessoas ativas e antenadas nos acontecimentos do mundo, de modo que é sempre muito interessante conversar com ela. Mas quando o assunto gira em torno de sua atividade como professora...seus olhinhos brilham...ela conta mil histórias de como seus alunos reagem aos instrumentos e de como se desenvolvem construindo uma percepção musical. A ela dedico o post de hoje, publicando a entrevista, que pode ser também encontrada no link abaixo:
Parabéns Tatiana!
Abraços a todos!


CULTURA: Crianças muito pequenas devem estudar música?
Da Redação - 05.08.06





foto

Tatiana Pinheiro é uma daquelas pessoas que perdem a noção do tempo. Pessoas assim são capazes de congelar tudo em volta quando estão dedicados ao seu ofício. Algo espiritual.
Simplesmente porque ela é apaixonada pelo que faz.

É empolgada por natureza. A música é a sua completude. Depois de anos tocando para platéias variadas, hoje vive uma experiência incomum. Dedica-se a ensinar música a crianças que de tão pequenas, tropeçam nos pés.

SRZD - O que você mais aprendeu neste período em que está ensinando música para crianças?

A respeitar a inteligência das crianças. Bebês de 8 meses, por exemplo, se esforçam para pegar no instrumento da forma correta, da forma como me observam pegando e tocando. Claro que não conseguem, devido à motricidade ainda em desenvolvimento. Mas é interessante observar como são espertos e abertos ao novo, sem PRÉ-CONCEITOS. Também aprendi que eles são extremamente sinceros e respondem ao trabalho no ato. Isso me exige muito, porém me motiva sempre a melhorar a qualidade das minhas aulas.Sou uma pessoa muito melhor depois do nascimento do meu filho Guilherme, hoje com 2 anos. E me esforço para me aprimorar como profissional e ser humano em função do meu atual trabalho, em respeito à inteligência e à sinceridade dos meus alunos. É muita responsabilidade tocar o sentimento de alguém por meio da música. Ainda mais se são bebês de 6 meses a 3 anos. Meu principal objetivo é que a música chegue ao coração dos meus alunos, como chegou ao meu quando eu tinha 7 anos e comecei a cantar. Ficarei muito feliz quando, no futuro, eles foram amantes da boa música ou mesmo, quem sabe, grandes artistas.

SRZD - Qual é a idade ideal para começar?

A iniciação ao instrumento (normalmente piano) é ideal só por volta dos 7 anos, quando a criança já está alfabetizada. Entretanto, ao contrário do que normalmente as pessoas pensam, o contato com a música na tenra infância é a melhor base para que aos 7 anos a criança aprenda um instrumento. Quanto antes o bebês tiver acesso às melodias, diferentes timbres e ritmos musicais, melhor. E não é só pelo interesse musical, é também pelo desenvolvimento do bebê. A música trabalha
os dois hemisférios do cérebro, por tanto desenvolve razão e emoção, e estimula o bebê em vários pontos: na linguagem, na motricidade, no equilíbrio, na organização do raciocínio, no desenvolvimento emocional, etc, etc, etc. É maravilhoso que o bebê tenha contato com a musicalização a partir do momento em que estiver sentando sozinho e até os 3 anos de idade.

SRZD - Aprender música tem a ver com dom ou com repetição cotidiana?

Acredito que com os dois. O dom, se bem estimulado, será um fator decisivo no futuro. alguns bebês têm na genética o interesse pela música ou talento para tal. Às vezes percebo alunos que sentem a música no corpo. Costumo brincar e dizer que eles são os meus bailarinos... Outros alunos, gostam de cantar e balbuciam melodias desde 1 ano de idade! Mas entre 1 ano e 3 anos, a repetição traz segurança emocional e é de suma importância para o aprendizado. À cada vez que repito uma determinada atividade, o olhar do aluno com relação ao mundo à volta dele já mudou. Além disso, nessa fase, eles se desenvolvem muito rápido e a mesma atividade num novo momento da vidinha do bebê dará a oportunidade dele explorar novas possibilidades musicais. Por isso, as minhas aulas são realizadas da seguinte forma: 20 minutos de prática de conjunto, onde exploramos os instrumentos e seus timbres, texturas, sabores - sim porque no início, na chamada fase oral, a exploração é feita por eles com os
instrumentos na boca. Os outros 20 minutos eu trabalho ritmo, pulso, corpo, canto, silêncio; sempre um único tema em cada aula para melhor aproveitamento.

Tuesday, August 08, 2006

Impaciência


foto

Meus amigos mais próximos conhecem minha admiração pela obra de Guimarães Rosa. Pouca gente sabe, no entanto, que Rosa estreou, não com "Sagarana", mas com um pequeno livro de poesias intitulado "Magma", que, aliás, foi o único desse gênero escrito pelo autor. O livro foi premiado em um concurso de poesias da Academia Brasileira de Letras, em 1936, e permaneceu inédito desde então. Há alguns anos, foi publicado pela Editora Nova Fronteira. Descobri-o em uma livraria mineira (coincidência?!) e não titubeei em adquiri-lo. Não só porque Rosa, na época, já era meu autor brasileiro predileto. Ao abrir aleatoriamente a publicação, deparei-me com a poesia que abaixo transcrevo. É linda! Apaixonante e apaixonada!
Leiam, mas façam-no com vagar, verso a verso, como quem cata as mais belas conchas da praia, como o grão-mestre de tai chi chuan executa seus movimentos, como quem colhe flores para a amada!...Deixem-se tomar pela "impaciência" do autor, sentindo-lhe a angústia, e depurando-a de nossa própria impaciência cotidiana.



Impaciência
(Duas variações sobre o mesmo tema)

João Guimarães Rosa


I
Eu queria dormir
longamente...
(um sono só)
Para esperar assim
o divino momento que eu pressinto,
em que hás de ser minha...

Mas...
e se essa hora
não devesse chegar nunca?...
Se o tempo,
como as outras cousas todas,
te separa de mim?!...

Então...
ah!, então eu gostaria
que o meu sono, friíssimo e sem sonhos
(um sono só)
não tivesse mais fim...


II
Se eu pudesse correr pelo tempo afora,
vertiginosamente,
futuro adiante,
saltando tantas horas tediosas,
vazias de ti,
e voar assim até o momento de todos os momentos,
em que hás de ser minha!...

Mas...
e se esse minuto faltar
nas areias de todas as ampulhetas?...
E se tudo fosse inútil:
a máquina de Wells,
as botas de sete léguas do Gigante?!...

Então...
ah!, então eu gostaria
de desviver para trás, dia por dia,
para parar só naquele instante,
e nele ficar, eternamente, prisioneiro...
(Tu sabes, aquele instante em que sorrias
e me fizeste chorar...)





Linda!...E significativa...ao menos para mim!
Até a próxima!

Monday, August 07, 2006

Mil e uma noites

Agora faltam só mil...

Volta às aulas

Bom dia!
Hoje reiniciam as aulas! Espero que estejam animados com o retorno. Há vários acontecimentos no mundo que devem ser analisados por nós, a fim de compreendermos um pouco mais o processo histórico em que estamos mergulhados. E é muito melhor, evidentemente, construir perspectivas a partir de uma visão plural, que solitariamente. Por isso adoro a sala de aula! Aprendo tanto quanto ensino. A dialética inerente ao debate é que proporciona o mais acurado aprendizado.
Aqui, nesse blog, porém, não pretendo, a priori, debater os fatos internacionais de maior relevância. Criei um espaço adequado para isso, que é o blog Itamaraty. Também faço uso de outro, chamado Identidades Culturais, em que vou postar comentários, quando houver evidentemente conexão do fato ao tema de que trata o blog. De qualquer forma, procurarei mantê-los todos atualizados.
Minha intenção é abordar aqui temas relacionados principalmente à arte, literatura, música, filosofia e, sobretudo, aos amigos!
Abraços a todos! E bom início de semestre!
P.S.: Escrevi um post ontem sobre o Grande Prêmio Brasil de Turfe, que aconteceu no Jockey (ocorre todo primeiro domingo de agosto), mas infelizmente, por algum problema no site, o texto não foi publicado e o perdi (pois o escrevi diretamente na página do blog)...paciência, deixemos para o próximo ano. Abraços!

Saturday, August 05, 2006

Noite Árabe

Esse post de hoje é para celebrar algo de surpreendente e encantador que ontem ocorreu aqui em casa. Resolvemos repetir a Jam Session da semana passada, realizando, portanto, sua terceira edição. O que boa parte de nós não esperava, entretanto, era o fato de que seríamos brindados com uma belíssima performance de dança do ventre, executada por uma amiga, Tatiana – que se apresenta artisticamente como Ayla –, cuja formosura não se faz presente apenas enquanto dança, mas também quando fala sobre a história e as tradições que são ligadas à dança do ventre...ou quando não fala nada e apenas sorri para seu interlocutor. Ayla é professora desse estilo.
É preciso que haja uma ambientação adequada, em que todos os sentidos humanos são de alguma forma afetados. Um delicioso perfume preenche o ambiente. As escalas orientais causam um certo torpor ao ouvinte...é como se a fraseologia árabe das melodias, aliada a uma percussão de cadência rítmica sugestiva, fosse inebriando aos poucos o expectador que, inevitavelmente, vai sendo conduzido mansamente a um estado hipnótico pela suavidade e equilíbrio dos movimentos da dançarina.
Ayla tem em especial esse encanto de envolver a platéia, que se mantém concentrada em sua sinuosa dança, tanto quando maneia a cimitarra, em um exercício de controle e equilíbrio primorosos, como quando faz dançar em torno de si um véu colorido, como que a mostrar que o próprio ar a acompanha na magia de seus movimentos. E é nesse momento em que Ayla convida delicadamente com um sorriso alguns de nós a acompanhar-lhe os arqueios de mãos e corpo. E estou convencido de que aqueles que assumem sua própria performance, cada um a seu jeito, já não muito mais resistiriam sentados apenas a observar enlevados a dançarina. Arrebatados já estavam! E conquistados estávamos todos pelas maravilhas da cultura árabe e pela harmoniosa forma com que a bela Ayla a expressou.
Essa é uma noite de que nunca me esquecerei...
Outras fotos dessa "Noite Árabe" podem ser vistas em meu fotoblog pessoal, cujo link se encontra na barra lateral dessa página.
Abraços!

Ayla Posted by Picasa

Friday, August 04, 2006

Reunião na universidade

Estarei em reunião o dia inteiro na universidade. É improvável que venha a postar algo hoje ainda, mas amanhã tem mais.
Abraços!

Apolo e Dafne (4)

Encontrei algumas representações artísticas sobre o mito de Apolo e Dafne, que relatei na última quarta-feira. Uma história bela, sobre a qual debruçaram-se pintores e escultores de modo a expressá-la por sua arte. Os nomes dos artistas, ainda não os tenho, mas assim que os tiver, publico.
Apolo e Dafne (4) Posted by Picasa

Apolo e Dafne (3)


Apolo e Dafne (3) Posted by Picasa

Apolo e Dafne (2)


Apolo e Dafne (2) Posted by Picasa

Apolo e Dafne (1)


Apolo e Dafne Posted by Picasa

Thursday, August 03, 2006

Teoria Musical


Aproveitando minhas férias, tenho me dedicado a uma pequena empreitada musical com meu colega e amigo, percursionista e multi-instrumentista, Luciano Filizola. Selecionamos algumas músicas, que vão do samba ao rock, passando pelo forró. Sugeri um chorinho do João Pernambuco chamado “Reboliço”. A escolha não foi fácil. As alternativas estavam no tradicional “Sons de Carrilhão” e “Graúna”, do mesmo autor, e no famosíssimo “Odeon”, de Ernesto Nazareth. Todos são lindos! Mas foram desclassificados principalmente por minhas limitações técnicas. Não tanto no tocante à execução – pois isso é mesmo uma questão de repetir e adestrar os dedos -, mas, sobretudo, pela lentidão na leitura das partituras. Como não tenho exercitado a leitura e já não estudo teoria musical há séculos, caio no ciclo vicioso de me fiar no ouvido cada vez mais, alimentando um analfabetismo musical. It’s sad!
Para aqueles que querem estudar teoria, indico duas boas escolas, com preços módicos: A Escola Villa-Lobos, no Centro, e o curso associado à Escola de Música da Uni-Rio. Os dois são ótimos! Bom estudo!

Wednesday, August 02, 2006

Desventuras amorosas - Se os deuses as têm, por que não nós, reles mortais?

Desculpem-me a recaída romântica neoclássica (essa combinação é possivel?), mas enquanto fazia uma pequena pesquisa sobre mitologia grega e romana, encontrei essa muito curiosa história de Apolo e Dafne, com uma significativa participação de Eros (Cupido).
Apolo e Dafne

Apolo amava muito o belo da vida. Uma vez, em Delfos, quando experimentava com as setas de ouro sua habilidade no tiro ao alvo, o jovem Eros, filho alado de Afrodite, apresentou-se diante dele. Parecia estar à procura de uma oportunidade de enlear o deus em alguma aventura amorosa.
Naquele momento a flecha de Apolo havia atingido o talo de uma maçã pendurada no galho de uma macieira distante. Eros apanhou então o seu arco e o ergueu, alvejando a mesma maçã antes que esta chegasse ao solo.
- Deixe-me atirar minhas setas em paz, menino! – Disse Apolo aborrecido. – E te faria muito bem não ousar medir-se comigo!
- Sei que suas flechas não erram o alvo – disse o risonho Eros -, mas as minhas também são infalíveis.
[Agora observem essa passagem]
Mais aborrecido ainda do que Apolo, Eros abriu as asas e voou para o alto do Parnaso. Em seguida puxou da aljava duas flechas: uma era a flecha que despertava o amor e a outra era aquela que o recusa. Com a primeira feriu Apolo direto no coração e com a segunda a ninfa Dafne, filha do rio Peneio, que àquela hora passava, desapercebida, perto do deus de cabelos dourados.
Apolo, atingido pela seta do amor, ficou maravilhado com a beleza da ninfa e seu porte delicado, e avançou para o lugar onde ela estava, com o intuito de lhe falar. Dafne, porém, atingida pela flecha que recusa o amor, assim que viu Apolo, afastou-se. Ele, então, se aproximou ainda mais, mas a ninfa, com passos ligeiros, foi para mais longe. Apolo com saltos rápidos tentou chegar perto da bela Dafne. E foi isso. Ela saiu correndo. Como louco o deus a perseguia, gritando-lhe para que parasse, mas ela corria cada vez mais.
[Vejam se isso não se conecta bem com algumas passagens de autores românticos do século XIX, cujas criações, aliás, influenciam até hoje a produção de novelas, filmes etc...e, conseqüentemente, nossa visão de mundo...a mulher inalcançável, o desprezo da amada...ou será que é o contrário? O mito projeta a vida como ela é, inclusive as desventuras por que todos passamos? Bom, continuando a história...que é linda!)
- Pare, eu lhe peço! – implorava o filho de Leto. – Não quero lhe fazer mal!
Mas a ninfa de pés ligeiros não dava sinais de que iria parar e escapava dele continuamente. Apolo, por sua vez, também não desanimava e sempre a perseguia e a pedia que parasse: - Não tenha medo, bela ninfa. Por que foge como se algum animal selvagem a perseguisse? Não sou mal, sou Apolo, filho de Zeus. Ordeno a você que pare de correr assustada.
Por essa passagem percebe-se o ‘fino trato’ que Apolo possuía ao lidar com a natureza feminina, ao ‘ordenar’ que ela deixasse de se assustar com ele.
Mesmo com toda a ‘sensibilidade’ de Apolo, Dafne continuava a correr. Ora Apolo se aproximava dela parecendo que iria alcança-la, ora ela se distanciava dele com um súbito solavanco. Em seguida ele a alcançava de novo, pronto para tocá-la, mas mais uma vez a ninfa escapava, como uma borboleta assustada.
O deus de cabelos dourados, no entanto, não parecia estar disposto a parar sua desenfreada perseguição. A flecha de Eros havia despertado nele uma paixão feroz.
- Por mais que ela resista, uma hora se cansará e eu a alcançarei. – E, de fato, Dafne começou a ficar cansada. O deus da luz aproximava-se cada vez mais... e eis que estendia os braços e chegava perto de tocá-la, de apanhá-la...
- Oh, deuses! E você, meu pai, por que me deixas cair nas mãos de Apolo? Não o quero para meu amante! Melhor eu me transformar numa pedra ou numa árvore, do que ser tocada por alguém que não amo! Ainda que seja ele um deus!
[Observem a carga dramática]
A Metamorfose de Dafne
E, realmente, naquele instante, Dafne enrijeceu-se. De seus braços e cabelos despontaram galhos e folhas, enquanto seu corpo tornou-se o tronco de uma árvore. Assim, a jovem ninfa se transformou no perfumado loureiro, que todos conhecemos. Apolo, em alta velocidade, em vez de agarrar a linda moça, agarrou a copa de uma árvore.
Uma grande tristeza se apossou então do deus da luz. Ficou muito aflito por ter causado o desaparecimento da ninfa que ele amara tão repentina e fervorosamente. Com olhos tristes, acariciou as folhas do cheiroso loureiro e, em seguida, cortou um ramo e o colocou na cabeça. Nunca Apolo esqueceria a bela a indomável ninfa. E é por isso que muito freqüentemente ele se apresenta com folhas de louro à cabeça.

Descentramentos


http://antwrp.gsfc.nasa.gov/apod/ap060727.html
Galáxia espiral NGC7331, que fica na constelação de Pegasus, tida como análoga à Via Láctea.

É sempre bom ter uma visão em perspectiva daquilo que nos cerca. Isso, entretanto, nem sempre é tão simples, principalmente, when it´s a mess in here! Um exercício de afastamento do objeto, e também de nosso ponto de vista, assumindo um meta-lugar de observação, pode conferir cores mais nítidas e melhor delineamento aos problemas a serem enfrentados. Parece papo de auto-ajuda, mas creio que seja a melhor solução. Trata-se de uma tentativa de isolamento dos fatores passionais que nos influenciam mais intensamente. - Ça n`est pas possible! Protestariam alguns. - L`âme de l`observateur est toujours lá!
E é melhor que assim seja! O que se quer não é a indiferença de uma pedra diante do perigo. Apenas uma análise mais objetiva que passional.
Um outro bom exercício é a observação de situações análogas àquela que enfrentamos. Acreditar a priori no ineditismo de nossas circunstâncias é desprezar as trilhões de outras experiências humanas, principalmente aquelas milhões que estão relatadas em boa literatura. Astrônomos estudam a história de nosso sistema solar ou da Via Láctea por meio da observação de outros sistemas ou galáxias análogos, encontrados em diferentes estágios de desenvolvimento. Façamos da mesma forma antes de mandarmos tudo às favas! De minha parte, sugiro a leitura de clássicos da literatura que, aliás, como afirma meu colega e amigo André Sena, são atemporais e oferecem uma miríade de experiências valiosas que podem, muito bem, servir-nos de termômetro quanto à nossa racionalidade (ou irracionalidade) diante do objeto. E, se, ao final de leituras e exercícios de descentramento, a alma não afagar e você ainda quiser mandar tudo às favas, meu amigo, o que é que você está esperando?

Tuesday, August 01, 2006

Fotos das turmas de 2006-1


Finalmente publiquei as fotos das turmas de 2006-1. Demorei um pouco, mas agora já estão lá. Resolvi mudar o endereço de postagem. Agora uso o Flickr. É uma site de fotografias que permite maior interatividade. Vou manter as fotos das turmas que tive até 2005 no antigo endereço: Fotos Antigas .
Bom, as fotos das turmas de 2006-1 podem ser acessadas pelo link Fotos Recentes . Em breve será possível visitar a página inicial do site e procurar por meu nome ou outras palavras-chaves.
Também fiz um link em meu blog pessoal de modo a encontrar as páginas de fotos rapidamente. Aliás, vou tentar mantê-lo atualizado, postando comentários sempre que possível.
Não sei o que aconteceu, mas não estou com as fotos de todas as turmas que tive semestre passado...Aqueles que quiserem me remeter outras fotos, individuais ou com suas turmas, tiradas em outras ocasiões, sintam-se à vontade...bom talvez não tão à vontade...Assim, posso manter atualizado o site com uma certa constância, e não somente publicar fotos aos finais de semestre. É só remeterem para rick.rios@uol.com.br ou ricksonrios@gmail.com. De preferência, escrevam os nomes das pessoas que aparecerem nas imagens.
A foto que postei acima ficou muito bacana. Foi tirada com meus colegas do Nova América.
Abraços a todos!

La Rochefoucauld

"On n'est jamais si heureux ni si malheureux qu'on s'imagine".
Uma amiga me apresentou essa máxima do escritor francês La Rochefoucauld. Disse-me ela, em certa oportunidade, que não sabia se a sentença guarda uma percepção otimista ou pessimista da vida. A frase pode ser traduzida da seguinte forma:
"Nunca se é tão feliz nem tão infeliz quanto se imagina".
A resposta que dei a época era de que as duas percepções estão presentes...o que de todo parece óbvio a primeira vista. Hoje já acrescentaria que existe qualquer coisa de pendular nessa máxima. Ela não é ao mesmo tempo pessimista e otimista, nem ressalta um aspecto sobre o outro. O que ela sugere é um movimento, de alternância ou continuação. Assumindo um dos pólos de felicidade ou infelicidade, ainda que tudo pareça maravilhosamente (ou terrivelmente) estável, existe um silencioso potencial de movimento que acaba por derivar uma cinética da felicidade (ou infelicidade). Assim a esperança pode se converter em desespero. E o desespero pode dar lugar a um estágio de maior felicidade ou de loucura, conforme o sentido do potencial de movimento. Nosso bem estar depende, então, não somente da felicidade verificada em dado momento, mas do sentido positivo (ou negativo) de seu movimento.